quarta-feira, 15 de julho de 2009

Natureza: seguir ou recriar?

A Época Negócios deste mês destaca a uma interessante tendência dos pesquisadores: buscar na natureza a solução ou inspiração para inovar. E os resultados são surpreendentes. Famoso e polêmico, o maiô que a Speedo desenvolveu para nadadores profissionais é considerado um dos principais coadjuvantes para o as oito medalhas de ouro de Michael Phelps nas Olimpíadas de Pequim. O que poucos sabem, porém, é que sua tecnologia simplesmente imita os micro dentes presentes na pele dos tubarões que os ajudam a ser um dos animais mais rápidos do planeta, atingindo a incrível marca de 75 km/h dentro da água. Este ramo de estudo da ciência, chamado de biomimetismo (http://www.asknature.org/), ganha cada vez mais relevância no mundo empresarial. Tintas que sintetizam o poder de auto-limpeza das flores ou o brilho das borboletas, ventiladores que se inspiram nas espirais geradas pela fumaça das fogueiras ou da água ao ser confrontada com um obstáculo para economizar 30% de energia, sistemas de aquecimento e refrigeração de edifícios inspirados nas casas de cupins e usam apenas 35% da eletricidade. Os exemplos citados na reportagem são muitos e apontam um caminho muito bem sucedido. A mesma edição da Época Negócios apresenta outro caminho, aparentemente inverso. Nele, a proposta é utilizar as modernas técnicas arquitetônicas e de engenharia (exatamente as que contribuem para obras que destroem a natureza) para recuperar o verde e alimentar as pessoas sem devastar o que resta de matas nativas. Como? Criando edifícios-fazenda. Em plena área urbana, estas edificações verticais teriam vários andares de plantações hidropônicas (onde a vegetação cresce sobre a água) de frutas, legumes e verduras, utilizando líquido reaproveitado e com energia solar, eólica ou gerada pela queima dos vegetais não aproveitados. Qual o caminho? Seguir a natureza ou utilizar nosso conhecimento para salva-la? Tornar a tecnologia mais natural ou a natureza mais tecnológica? Na minha humilde opinião, os dois. Como no yin e yang, os dois lados se complementam na busca do equilíbrio perdido

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