segunda-feira, 29 de junho de 2009

É PR ou não é?

Volto ao tema pois acho ele fundamental para o futuro da área de comunicação não publicitária, que alguns chamam de PR, outros de RP, outros de Assessoria de Imprensa, outros de Ativação, outros de...
É neste convergência (ou confusão) de caminhos que podemos ou perder nossa identidade ou encontrar novos caminhos para renovar a comunicação e agregar valor ao que virou commodity.
Divido, com a devida autorização do autor, reflexão do colega Celso Souza sobre a vitória da agência de Publicidade LiveAD em Cannes na categoria PR.

"Este ano, a estréia foi a categoria PR.
Como não era de surpreender muitas agências de publicidade nadaram nessa raia.
Apropriaram-se de ações de ativação, flash mobs, campanhas de trade para vendê-las como “Relações Públicas”.
E na minha opinião, o pior de tudo é que foi uma delas que venceu.
Entre os leões de ouro da categoria, uma agência de porto-alegre (LiveAd) – leia-se “de publicidade” - foi a única do país vencedora.
*** Se tiverem interesse vejam a campanha Mil Casmurros, para Rede Globo que juntou famosos e não famosos para fazerem a leitura coletiva da obra de Machado de Assis. Foi uma forma bacana de aproximar o público jovem de um tipo de leitura que eles não estão acostumados.
Vale destacar que no short list tínhamos dois representantes. Além da LiveAid, a S/A Comunicação – esta sim de Comunicação Empresarial e Relações Públicas (UFA!) com um case bem interessante sobre a campanha de prevenção a dengue.

Como cenário, o Festival de Cannes, as agências de publicidade e o Brasil nunca passaram por uma crise tão grande.
Ao mesmo tempo , a DM9 caminha por fora e pode ser a agência mais premiada do festival.
No geral, blogs, posts e notícias apostam mais nas criticas do que no referência as grandes sacadas.
Falta de criatividade, de ousadia, de inovação, do elemento surpresa...
É nessa hora que acredito que nossa área, nosso dia a dia, nosso trabalho tem um potencial de crescimento incrível.
Na verdade, nós somos o elemento-surpresa.
Para finalizar, o que a maioria da imprensa diz é que este ano a possibilidade de não ter um Grand Prix é muito grande.
No entanto, uma campanha da T-Mobile ganha destaque.
Intitulada Lifes for Sharing, a empresa provoca o relacionamento, a descontração o compartilhamento entre as pessoas.
É um registro de um Flash Mob no qual em uma estação de Liverpool misturada à multidão há uma série de bailarinos contratados que começam a dançar ao som de uma música alta.
A medida que a música muda mais e mais pessoas começam a dançar. Chega um momento que não se sabe mais quem é bailarino que é transeunte.
Uma boa idéia e um conceito estratégico muito adequado.
Vale o destaque.

Divirtam-se!"
http://www.youtube.com/watch?v=mUZrrbgCdYc

terça-feira, 23 de junho de 2009

O Animado mundo do PR

Parece que a roda começa a girar no universo do Public Relations. Uma agência brasileira - de publicidade digital, na verdade, ganhou o Leão em Cannes na categoria PR: a LiveAD, com a ação desenvolvida para o lançamento da minisérie Capitu, da Rede Globo - http://cannespublicidade.terra.com.br/2009/06/pr-garante-primeiro-leao-do-brasil-em-cannes/
O prêmio principal saiu - já era previsto - para a sacada do "melhor emprego do mundo", que virou notícia em todo o planeta, da agência australiana Cumminsnitro.
Paralelamente à primeira premiação em Cannes, as agências internacionais de PR começam a passar pelo mesmo movimento de fusões que há anos acontece na publicidade. O grupo de comunicação Omnicom uniu duas de suas agências internacionais, a Ketchum, atuante no mercado brasileiro, entre outro, e a Pleon, forte na Europa. Em matéria do Advertising Age, replicada no Brasil pelo M&M, Lou Capozzi, hoje presidente da Organização Internacional da Consultoria de Comunicações e que eu conheci como CEO da MS&L, afirma que a tendência é de termos mais negócios semelhantes, atendendo a uma demanda crescente dos clientes por agências globais que possam atender de maneira uniforme em diversos países.
O que isto significa? No mínimo que o segmento passa a ganhar um pouco mais de relevância. Exatamente no momento em que seu escopo de atuação se confunde mais e mais com o de outros setores, entre eles a própria publicidade.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ainda sobre o Irã

Belo exemplo de uso da tecnologia na divulgação de uma causa, ação, projeto.
Os iranianos que protestam contra a suposta fraude nas eleições presidenciais do país lançaram um viral no Twitter. Eles convidam o usuário a, com apenas um click, colocar uma película virtual verde sobre o seu avatar - o verde é a cor do partido do reformista derrotado e líder da oposição, Mir Hossein Mousavi. Depois que você clica e altera seu avatar, recebe uma mensagem agradecendo e divulgando a iniciativa, que é lida pelos seus seguidores no Twitter, ampliando a corrente. Muito interessante.
http://helpiranelection.com/

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Twitter até no Irã

Outro dia estava discutindo com o amigo a importância das redes sociais para a comunicação nos tempos atuais. Usei a força de comunidades e do twitter na eleição do Obama como exemplo de que tudo estava mudando de forma muito forte e rápida. Meu amigo acha que foi um fato isolado, ao que argumentei que não se pode chamar a eleição para o cargo mais importante do planeta de fato isolado. Agora vem do Irã mais um exemplo de como a internet 2.0 está revolucionando a comunicação. A rede é protagonista na organização dos protestos dos eleitores de Mir Hossein Mousavi contra a muito provável fraude nas eleições presidenciais do país que, numa apuração que quebrou todos os recordes mundiais de rapidez, reelegeu o bélico Mahmoud Ahmadinejad. Ao ponto de, segundo o NY Times, o governo americano ter solicitado ao Twitter postergar a manutenção do serviço para não interromper a comunicação entre os rebelados. É na internet também que surgem fotos e imagens postadas pelos manifestantes que registram os protestos e a violência da repressão com as câmeras de seus aparelhos celulares. A comunicação está mudando de eixo e quem não mudar junto pode ficar para trás.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Business + Leisure = Bleisure

Finalmente deram um nome à tendência, hoje ainda associada à tal geração Y, de desconstruir o centenário formato de trabalho. Tornar seu hobby sua fonte de renda. Colocar prazer e liberdade em seu trabalho. Buscar relações menos formais e sim com mais retorno. As novas tecnologias conferem mobilidade e conectividade. Trabalhar de casa, da praia, do hall do cinema, hoje virou apenas tabu. A habilidade das novas gerações (comprovada cientificamente) de executar com sucesso quatro ou cinco atividades ao mesmo tempo libertam os horizontes da produtividade e das antiquadas divisões entre hora de trabalhar e hora de se divertir. A busca de prazer no trabalho passou a ser uma realidade a partir do momento em que o desempenho profissional passa a envolver diversas esferas de nossas vidas. Se tudo comunica, se sempre posso ser avaliado profissionalmente, então este trabalho precisa ter uma conexão com minha vida pessoal e meu estilo. Não está na hora de realmente tornar isto uma prática?

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Inovação foi o remédio

Um dos segmentos mais tradicionais, a medicina, mostra que é possível inovar na relação direta com os clientes usando a tecnologia. A Época Negócios deste mês conta como o médico Jay Parkinson virou notícia nos Estados Unidos ao adotar ferramentas da Internet para agilizar o atendimento. Utilizando um site e um blog, passou a oferecer consultas virtuais, incluindo conversas por vídeo e receitas por e-mail. Quando necessário, claro, vai à casa dos pacientes, que se cadastraram no serviço gerando uma rede social nos moldes do Facebook. O resultado da inovação do novaiorquino Dr Parkinson, que leva a informalidade também ao visual, trocando o branco pelo jeans e camiseta, foi a redução do custo (caríssimo) do serviço de saúde que oferece e maior qualidade, uma vez que passa a ter mais tempo livre para se dedicar às conversas virtuais ou às visitas a quem realmente precisa. Se até na medicina se começa a se fazer uso da tecnologia para facilitar, quando é que iremos nos mexer para mudar nossos processos também?
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI74756-16368,00-O+MEDICO+DO+FUTURO.html

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sabedoria japonesa

Pode ser pura coincidência mas, ao menos, faz pensar (e é isto que nos importa neste espaço). E logo no Japão, país marcado pelas fortes tradições e onde cada gesto tem um forte significado. Assisti ontem à noite, no JN, http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL1191809-10406,00-JAPAO+LANCA+MEDIDAS+CONTRA+A+EMISSAO+DE+GASES.html que o governo japonês, entre outras medidas, decidiu dispensar gravata e paletó em reuniões oficiais do governo para reduzir o aquescimento global.
A lógica é quase simplista de tão simples: com um vestuário mais arejado se utiliza menos ar condicionado nos escritórios.
Não tenha nada contra o terno e gravata, estéticamente falando. Mas não é incrível que a quebra do protocolo e da formalidade pode ajudar a preservar nosso planeta?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A estatal, o blog e a velha imprensa

Vai render ainda alguma polêmica. Que bom. O velho jornalismo, caindo pelas tabelas e com as verba encolhida pela crise e o conteúdo grátis na Internet esbarrou com a criatividade do PR. É no mínimo risível ver como os barões de mídia reagem ao blog que a Petrobras criou para, entre outras coisas, divulgar de forma clara seu ponto de vista sobre as reportagens em que é citada. http://petrobrasfatosedados.wordpress.com/
Acho que há muito a questionar, do tom ácido e anti-imprensa a veladas (ou nem tanto) ameaças de processo aos veículos que não reproduzirem as respostas de forma adequada. Pode-se ponderar na correção de divulgar as perguntas feitas antes da publicação das reportagens. Também fica no ar a "moderação" dos posts (afinal ou se é ou não se é transparente). Mas toda inovação trás seus "bugs" que são corrigidos no médio prazo e, em si, a ideia de tornar a relação entre as empresas e a imprensa mais transparente é, em si, muito boa. No mínimo, faz pensar e sacode o marasmo da relação grandes empresas grande imprensa.
Como postou o Cláudio Abramo http://colunistas.ig.com.br/claudioabramo/2009/06/09/o-blog-da-petrobras/ , no comentário mais sóbrio e inteligente sobre a questão até aqui, o mais triste é que, para não criar uma briga com a imprensa, de quem depende para manter sua boa imagem, a Petrobras vai, provavelmente, acabar recuando e mudando de assunto.
Para terminar, uma pergunta (de jornalista para jornalista): se o trabalho de apuração, reportagem e edição foi bem feito, qual o problema da empresa divulgar na integra seu posicionamento e as respostas que deu?

terça-feira, 9 de junho de 2009

Assim caminha (??) a humanidade?




Não faz sentido lamentar ou bradar como apocalíptico (alguém ainda lembra do livro do Eco?). A realidade, nua e crua, é que o conjunto de seres viventes que se dizem ou auto-definem como humanos cria uma quantidade cada vez maior de informação (incluindo este escriba eventual). Em breve falaremos em poluição de conceitos e conteúdos. Alguns já se afundam em efeitos psicológicos gerados pela frustração de não conseguir digerir tamanha carga de dados. Outros riem de orelha a orelha, animados com as infinitas possibilidades. Ainda acho que o ponto será separar o joio do trigo, ou o que faz sentido e os trilhões de terabits de merda gerados diariamente.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Além da Publicidade



Será que não vamos mesmo conseguir que Pense Diferente seja mais do que um ótimo slogan publicitário? O que falta para termos a coragem de, ao menos, questionarmos os atuais paradigmas e pensarmos algo novo, de mudarmos a velha forma de fazermos as coisas?