sexta-feira, 31 de julho de 2009

Quem lê tanta notícia?

Para terminar a semana com um tom otimista (apesar do tempo hoje em São Paulo). Em comentário ao post “A Internet já revolucionou seu negócio hoje?” a Anaik von der Weid, autora do blog sobre literatura Melhores Palavras http://melhorespalavras.blogspot.com/ escreveu sobre o self-publishing. Repito suas ‘melhores palavras’: “Virtualmente, qualquer um pode ser autor. Bom ou ruim? Estímulo à criatividade ou banalização de conteúdo?”.

Excelente reflexão. Para Anne Trubeck, professora de escrita do Oberlin College, citada no Idea of the Day, blog de ideias do The New York Times http://ideas.blogs.nytimes.com/ , a atual enxurrada de textos nas mídias sociais é positiva. Mesmo considerando a enormidade de bobagens inomináveis, erros gramaticais e falta declinante de estilo, o ponto, para Trubeck, é que nunca antes se escreveu e leu tanto. E que é exatamente o ato de treinar que permite que as pessoas melhorem sua escrita. Mais do que isto: Trubeck acha que a concisão necessária em mídias sociais como o Twitter podem ajudar muitos a desenvolver um estilo literário e a pensar no que (e como) escrevem. Veja o posto original em http://ideas.blogs.nytimes.com/2009/07/29/we-are-all-writers-now/

Emendo com mais otimismo: pesquisa da University os Sussex citado em artigo da Marie Claire inglesa que achei em tweet da Anaik (só dá ela hoje ein?) indica que ler é a melhor maneira de relaxar – na frente de caminhar, ouvir música ou parar para tomar uma xícara de chá (pesquisa inglesa, lembrem). Este hábito seria capaz de reduzir os níveis de estresse em cerca de 68%.

Lindo não? Pode ser... mas não esqueçam que nunca antes a humanidade criou tanto conhecimento (se é que se pode classificar assim tudo o que geramos) e, como efeito, milhares de pessoas começam a sofrer de angustia e ansiedade pela simples incapacidade de acompanhar a mínima parte de tudo isto (desculpem, mas não dava para passar sem esta provocação). Enfim, mais uma vez, felizmente, ninguém tem a resposta.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A Internet já revolucionou seu negócio hoje?




Hoje em dia o foco está em produtos (Twitter, Facebook, YouTube) mas não se pode esquecer o potencial da internet como um todo de gerar inovações, algumas capazes de revolucionar nossos dias.

Acompanhando o Mashable, dois caminhos me chamaram a atenção. Um deles é o crescimento nos Estados Unidos do uso da rede como forma de levar conhecimento de qualidade a todos. Não, não falo da Wikipedia ou do Yahoo! Respostas, mas de um projeto da ONU chamado University of the People (www.uopeople.org) que usa a internet para oferecer cursos universitários on-line por preços mínimos. A tendência também é seguida por instituições como o MIT - Massachusetts Institute of Technology, que em 2001 lançou o projeto OpenCourseWare, que hoje oferece, de graça, na rede, mais de 1.900 cursos com materiais postados nas redes sociais como YouTube e Flickr. A idéia se expandiu e hoje mais de 200 das mais prestigiadas instituições de ensino superior do mundo participam do OpenCourseWare Consortium (www.ocwconsortium.org), entre eles a Fundação Getúlio Vargas e a Uniso – Universidade de Sorocaba. Os cursos, assim como os da University of the People, não são – ainda – aceitos oficialmente como graduação, mas é um importante caminho para baixar radicalmente os custos e democratizar o ensino. Outra iniciativa complementar é oferecer o conteúdo dos livros didáticos de graça (http en.wikibooks.org/wiki/Main_Page) ou com preço mínimo por cópias impressas (www.flatworldknowledge.com). Será que a revolução da educação virá mesmo pela web? Parece uma tendência cada vez mais palpável.

Outra é usar a criatividade para motivar quem navega na rede a trabalhar para você. A custos módicos. Dentro do processo de desenvolvimento do Bing, sua nova ferramenta de busca, a Microsoft avaliou que seria importante, para “calibrar” os alogaritimos usados para determinar os melhores resultados, entender como seu público associa diversos termos a conteúdos específicos. No lugar de uma grande pesquisa, decidiu lançar um jogo on-line, o Page Hunt http://pagehunt.msrlivelabs.com/PlayPageHunt.aspx .

Nele os usuários são levados a páginas na rede e convidados a adivinhar que termo usado no Bing poderia levar a este resultado. A pontuação acontece a partir do nível de acerto – se a página aparece em primeiro na busca com o termo que o jogador propõe, ele ganha 100 pontos, se aparece em segundo, 90. O objetivo é fazer o máximo de pontos possível em apenas três minutos. Além de promover o novo serviço (que agora deverá ser utilizado pelo Yahoo!), o game permite melhorar o sistema a um custo mínimo para a empresa de Mr. Gates.

Em resumo, com inteligência, conhecimento técnico e criatividade, a internet está aumentando a produtividade e reduzindo custos em diversos segmentos. Nos já começamos a tornar isto uma realidade no nosso?

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Liderança espiritual para a inovação


A capa da Época Negócios deste mês – quase mês passado – é a escolha da revista, em conjunto com a FGV-Eaesp, das 25 empresas mais inovadoras do país. A vencedora é uma prestadora de serviços de inteligência em engenharia e gestão chamada Chemtech, que hoje pertence à Siemens. Super lucrativa e com um crescimento meteórico, ela entrega inovações por ter criado um ambiente e uma estrutura empresarial que permite isto.

A informalidade começa no vestuário e vai além. Os horários são flexíveis. Há espaços para ginástica e massoterapia, a licença paternidade dura 15 dias, o bônus é atrelado ao desempenho da equipe e, claro, é possível o trabalho à distância (a história é ótima: uma executiva pediu demissão para acompanhar o marido, transferido para Manaus. Não conseguiu. Recebeu a proposta de assumir a diretoria de RH a partir de Manaus, onde a Chemtech não tem filial. Ela trabalha num escritório em sua nova residência).

Outro ponto interessante na Chemtech é o uso das mídias sociais como ferramenta interna de divisão do conhecimento. Alias, a leitura do perfil das 25 empresas escolhidas mostra que esta é uma das principais semelhanças entre elas. Sejam blogs internos ou externos, Twitter ou redes sociais internas similares ao Facebook, elas agilizam a troca de idéias, mesmo as aparentemente inúteis, sem qualquer intervenção das chefias.

Mas toda esta liberdade não põe em cheque as hierarquias profissionais? Qual o espaço das lideranças sem o controle dos liderados? Como justificar um cargo? Como impor a liderança corporativa num ambiente destes? Será que este medo não está por trás da dificuldade em inovar na gestão das empresas?

A mesma edição da Época Negócios apresenta uma possível resposta, do monge vietnamita Thich Nhat Nanh. Para ele, o poder não vem do cargo, mas da capacidade que o líder tem de inspirar os demais com alegria, paz e estabilidade. No livro A Arte do Poder ele prega o resgate da paixão que origina boa parte das carreiras e acaba substituído pela vaidade do sucesso. O monge também discrimina o que ele intitula de cinco poderes espirituais: a fé (confiança no caminho escolhido, no resultado de longo prazo), perseverança, plena consciência (estar inteiro vivendo cada momento, algo cada vez mais difícil em tempos de ansiedade crônica), concentração e discernimento.

Crenças espirituais à parte, será que não é isto que se pode chamar de real liderança, independente do cargo ou do poder a ele atribuído?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

iPhone localiza vendedor de maconha nos EUA


Outro caminho estratégico para inovar na comunicação está nos aplicativos para smartphones, em especial para o iPhone. Cada vez mais empresas e segmentos de mercado usam a integração entre telefonia celular e internet nestes aparelhos que são pequenos computadores.
O mais recente exemplo é o software que permite ao iPhone a não apenas encontrar o melhor fornecedor mas até mesmo comparar o preço entre os vendedores de Maconha. A venda na loja virtual da Apple por miseros U$ 2,99, o aplicativo está causando polemica. Mas antes que alguém ache que CoffeeBreak e a empresa de Steve Jobs estão fazendo apologia ao uso das drogas, é bom saber que, ao menos por enquanto, o app localiza e identifica no Google Maps apenas os revendedores oficiais de Maconha para uso medicinal aprovados pelo governo norte-americano. E só funciona nos Estados Unidos.
Exageros à parte, algumas empresas nacionais como Itaú e Oi também criaram apps que oferecerm de graça no iTunes – o Itaú divulga o fato em suas campanhas e utiliza o fato para reforçar sua imagem de inovador. Com certeza nossos inovadores vão aproveitar esta nova possibilidade para surpreender.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Luxo para salvar o planeta?



Não tenho certeza de onde li isso, há pouco mais de uma ano, se foi na Wired ou na GQ. A ideia era, no mínimo, interessante, mas não reverberou. Provocando, o texto dizia que uma cadeira de plástico, com design assinado, iria salvar o meio ambiente. Esquentando ainda mais a polêmica, dizia que o luxo poderia contribuir muito. Insanidade? Não. O interessante conceito por trás disto é de que uma das grandes ameaças ao equilíbrio ambiental é exatamente o consumo desenfreado de quinquilharias baratas e descartáveis. Voltando ao exemplo da cadeira de design: quem gasta uma boa quantia num móvel caro vai cuidar melhor dele, preserva-lo e esperar muito mais para trocar por outro (até por conta do investimento necessário). E mesmo quando o faça, é muito mais fácil que encontre um comprador, interessado na peça de design de segunda mão, que também deverá manter o ciclo de conservação. Em comparação com uma cadeira qualquer, sem valor de revenda e mal conservada, o móvel de luxo geraria muito menos dejeto e, por durar mais, consumiria menos energia, matérias-primas etc. O mesmo raciocínio pode ser replicado para relógios, canetas, carros e até roupas, por exemplo. A base é que qualidade e custo podem refrear o consumo desnecessário.

Papo de marketeiro para vender grife? Proposta inconsistente pois bastaria uma postura de consumo consciente – independente do custo/marca – para resolver isto? Limpa consciência para snobes? Pode ser tudo isto, mas como se trata de uma ideia que vem contra o politicamente correto e o senso comum estabelecido (e talvez por isto mesmo não tenha “pegado”), eu adoro! No mínimo, faz pensar – o que hoje não é pouco.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A crise, o consumidor e a internet

A atual crise econômica vai obrigar as empresas e redescobrir a forma de se comunicar com o consumidor. Pelo menos nos Estados Unidos. … o que indica uma pesquisa feita pelo Yankelovich/The Futures Company para o grupo de insight de consumidores do The New York Times. Os dois mil consumidores com renda familiar igual ou acima de 50 mil dólares ao ano ouvidos afirmam que o foco, agora, está na qualidade. (veja o mais em http://phx.corporate-ir.net/phoenix.zhtml?c=105317&p=irol-pressArticle&ID=1307650&highlight= )

Para o norte-americano de classe média, não são as grandes liquidações e os preços baixos que vão fazer com que saia da defensiva, indica a pesquisa, mas sim a percepção de valor ao longo prazo na aquisição. Em resumo, querem comprar pouco e bem, em substituição ao consumo desenfreado de itens pouco duráveis. Apesar de ter menos dinheiro e crédito, o consumidor dos EUA considera inclusive gastar um pouco mais para evitar o risco de uma compra ruim. E está dedicando mais tempo pesquisando sobre os itens que buscam antes da aquisição.

Ponto para as marcas que conseguem transmitir confiança e gerar valor real. E é o momento para o trabalho de comunicação corporativa e de ações na internet, reforçando o boca-boca eletrônico, cada vez mais importante.

Outra pesquisa, agora do Nielsen Online, divulgada semana passada no Meio&Mensagem, reforça isto. Feita com 25 mil internautas de 50 países, aponta que 90% deles consideram as indicações de amigos e familiares na decisão de compra. 70% pesquisam a opinião de outros internautas, mesmo índice para os que dão preferência a empresas ou marcas que mantenham um site de qualidade. O interessante é que estes parâmetros para gerar confiança na marca ficaram à frente de outros, mais tradicionais, como o patrocínio de eventos (64%), propaganda em TV (62%), em revistas (59%), em jornais (63%) e em rádio (55%).
Em comparação com a última pesquisa do gênero realizada pelo instituto - em abril de 2007 - o principal fator observado foi o crescimento da valorização da propaganda boca-a-boca e da exposição de marcas na internet para a conquista de novos consumidores. As categorias que dizem respeito à formatos de divulgação online são as que obtiveram um crescimento mais significativo dentro da pesquisa, realizada com um universo de 25 mil pessoas.

Em comparação com a média mundial, o Brasil destaca-se por apresentar um maior grau de confiança em quase todas as categorias de anúncios. O único quesito em que o país fica atrás dos demais é em relação à confiança das opiniões postadas na internet. Enquanto 70% dos estrangeiros garantem confiar nos comentários sobre marcas e produtos que circulam na internet, no Brasil, essa taxa fica em 60%.
Somando os resultados das duas pesquisas, temos elementos para justificar um foco maior nas ações de comunicação corporativa e de gestão de imagem na Internet.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Coletiva no YouTube



Mais uma tendência que começa a se desenhar com o crescimento das redes sociais. A comunicação direta entre emissor e receptor, utilizando ferramentas de Internet como meio de comunicação.

A banda de rap e rock Beast Boys teve que cancelar a turnê que faria nos próximos meses por um motivo bastante sério. Adam Yauch, conhecido artisticamente como MCA, um dos integrantes do trio, está com câncer. Felizmente parece que a doença foi diagnosticada num estágio inicial e as chances de cura são grandes.

A novidade ocorre na forma que o grupo escolheu para anunciar o fato. No lugar de uma coletiva de imprensa ou de um frio comunicado por escrito, o artista optou por gravar um vídeo e posta-lo no YouTube.

Quando li sobre a ação do Beast Boys no Mashable, hoje de manhã, eles relatavam que o vídeo já registrava mais de 50 mil exibições. No momento em que escrevo este post, nove da noite, o número já pulou para mais de 278 mil.

Já postei sobre os anúncios feitos pelo Twitter. Agora temos o YouTube como opção. Definitivamente, estamos testemunhando uma mudança nas forma de comunicar.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Voltar no tempo e pisar na Lua










Que tal poder voltar no tempo e acompanhar ao vivo, em tempo real, passo a passo, um dos maiores eventos da Humanidade, que aconteceu há exatos 40 anos? Pois a Internet está permitindo esta experiência, em mais uma grande sacada do uso da web que, obvio, gerou um grande buzz – o tema, sob a alcunha Apollo 11, ficou por vários dias entre os mais comentados do Twitter.

O site We Choose The Moon (http://www.wechoosethemoon.org/#), do Museu JFK Memorial, desenvolvido pela Martin Agency e Domani Studios, permite ao internauta assistir cada minuto da aventura, com o áudio original da época, além de gráficos que reproduzem cada movimento da Apollo 11, fotos e vídeos. Desde o lançamento até a chegada – que deve acontecer hoje, o visitante, é mero espectador. A partir de amanhã, será possível interagir e voltar a cada momento chave. Para reforçar a interatividade, ferramentas possibilitam receber mensagens dos pilotos no Twitter e outras redes sociais. Com certeza mais um case de bom uso da web.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Twitter batendo um bolão

Deu no diário britânico The Daily Telegraph. O técnico do Corinthians, Mano Menzes, é uma das dez pessoas fora do mundo anglo-saxão que merecem ser seguidas no Twitter. A presença de Mano na lista é resultado de sua estratégia on-line que conseguiu reunir mais de meio milhão de seguidores no chamado micro-blog.

Mirando este potencial, agora foi a vez do Santos Futebol Clube estrear seu Twitter. E com uma ótima estratégia de lançamento: aproveitando a polêmica envolvendo a saída do técnico Mancini na segunda-feira e a expectativa da imprensa e torcedores sobre quem irá substituí-lo, o clube anunciou pelos veículos de comunicação a criação do seu perfil no Twitter. E mais: disse que vai anunciar pelo Twitter os detalhes da negociação com o novo técnico. Em poucas horas o Twitter do Peixe já reunia mais de 2 mil seguidores. O primeiro post foi de boas vindas. O segundo já prometia anunciar no Twitter, em primeira mão, o nome do novo treinador – deixando a imprensa em segundo plano.

No mundo da política, a ex-candidata a vice-presidente dos EUA, Sarah Palin, fez algo parecido. Semanas atrás, usou a ferramenta da Web para anunciar sua renuncia ao governo do Alasca. Só depois falou sobre o tema com a imprensa. Os jornalões americanos ficaram mordidos e alguns analistas disseram que esta foi a forma que Palin encontrou de estocar veículos que ela considera de “esquerda”, como o The New York Times, por suas críticas na campanha presidencial.

Voltando ao universo da bola, vale acompanhar essa história – mesmo que você não seja santista como eu – e ver como a imprensa local irá reagir caso o furo venha mesmo do Twitter.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Natureza: seguir ou recriar?

A Época Negócios deste mês destaca a uma interessante tendência dos pesquisadores: buscar na natureza a solução ou inspiração para inovar. E os resultados são surpreendentes. Famoso e polêmico, o maiô que a Speedo desenvolveu para nadadores profissionais é considerado um dos principais coadjuvantes para o as oito medalhas de ouro de Michael Phelps nas Olimpíadas de Pequim. O que poucos sabem, porém, é que sua tecnologia simplesmente imita os micro dentes presentes na pele dos tubarões que os ajudam a ser um dos animais mais rápidos do planeta, atingindo a incrível marca de 75 km/h dentro da água. Este ramo de estudo da ciência, chamado de biomimetismo (http://www.asknature.org/), ganha cada vez mais relevância no mundo empresarial. Tintas que sintetizam o poder de auto-limpeza das flores ou o brilho das borboletas, ventiladores que se inspiram nas espirais geradas pela fumaça das fogueiras ou da água ao ser confrontada com um obstáculo para economizar 30% de energia, sistemas de aquecimento e refrigeração de edifícios inspirados nas casas de cupins e usam apenas 35% da eletricidade. Os exemplos citados na reportagem são muitos e apontam um caminho muito bem sucedido. A mesma edição da Época Negócios apresenta outro caminho, aparentemente inverso. Nele, a proposta é utilizar as modernas técnicas arquitetônicas e de engenharia (exatamente as que contribuem para obras que destroem a natureza) para recuperar o verde e alimentar as pessoas sem devastar o que resta de matas nativas. Como? Criando edifícios-fazenda. Em plena área urbana, estas edificações verticais teriam vários andares de plantações hidropônicas (onde a vegetação cresce sobre a água) de frutas, legumes e verduras, utilizando líquido reaproveitado e com energia solar, eólica ou gerada pela queima dos vegetais não aproveitados. Qual o caminho? Seguir a natureza ou utilizar nosso conhecimento para salva-la? Tornar a tecnologia mais natural ou a natureza mais tecnológica? Na minha humilde opinião, os dois. Como no yin e yang, os dois lados se complementam na busca do equilíbrio perdido

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Para deixar de ser commodity

Meu grande amigo Rodrigo Dionísio ainda não se dignou a ler o CoffeeBreak, apesar de ter discutido longamente o conceito comigo. Mesmo assim colaborou, por e-mail, comentando um post antigo – Inovação para inspirar o PR , que eu também distribui nas caixas de entrada dos colegas da XPress, onde trabalho e conheci o Ro.
Falando especificamente sobre a ação da Biruta Mídias Mirabolantes para o site ParPerfeito, ele comentou, com razão, sobre a importância da agência de PR que divulgou o projeto e deu visibilidade a ele. O comentário tem propriedade pois o Ro namora a profissional que fez a divulgação do projeto – Fernanda Monteiro, que também já trabalhou conosco na XPress – e acompanhou indiretamente o que ela fez na Singular Comunicação. O ponto do Ro é que a ideia, genial, não teria rendido o resultado que teve espontaneamente, sem contar com um trabalho muito bem feito de PR que o colocasse na imprensa e levasse as pessoas a participarem dos eventos.
Concordo com ele, mas acho que são ações complementares. De nada adianta ter uma estrutura de divulgação fantástica e não criar conteúdo a ser divulgado, não ter a sacada que será divulgada. Assim como de nada servem as ideias que ninguém conhece, que não encontram seu público alvo. Neste tempo em que PR está virando commodity, juntar a sacada com sua divulgação pode ser um dos caminhos atrilharmos.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Ainda sobre o Twitter

Em pleno feriadão, só para registro, outras duas sacadas de empresas usando o Twitter para se comunicar com clientes e faturar. Li as duas na Época Negócios de julho. A mais divertida, para mim, é de um supermercado carioca, Farinha Pura (sim, maldosos, apesar de ser do Rio e ter este nome, é um supermercado) que usa o microblog para avisar em tempo real seus seguidores que, como eu, adoram um pão quentinho, quando sai a fornada. Simples e funcional – os responsáveis pelo estabelecimento afirmaram à revista que já venderam por conta das mensagens – é mais uma prova de que o poder de comunicação da internet pode ajudar a equilibrar um pouco o jogo entre os pequenos e grandes negócios. Especialmente para os grandes negócios que insistem em agir com lentidão no ambiente virtual.

Não é o caso, por exemplo, da – mais uma vez ela – Tecnisa. A tchurma do Busarello usa o Twitter para divulgar promoções e lançamentos de novos empreendimentos. Antes de ler na Época Negócios alguém já tinha me comentado que a incorporadora tinha conseguido vender um apartamento de meio milhão com a ferramenta – o comprador se interessou por uma mensagem em que a Tecnisa oferecia dois mil em produtos das Lojas Americanas para quem comprasse um imóvel, respondeu a mensagem e foi encaminhado a um corretor de carne e osso.

Me adiantando aos humor negro dos amigos: não vai demorar muito – se é que já não acontece – para o pessoal do Fernandinho Beira Mar usar o Twitter para avisar a chegada daquele outro tipo de farinha. Ruim para os vendedores de fogos de artifício.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Twitter a serviço do marketing

Rapidamente, dois exemplos de utilização do twitter:
Primeiro do site norte-americano tennis.com, que teve a sacada simples e efetiva (que outros podem ter feito antes mas eu desconhecia) de postar, em tempo real, game a game, o resultado da histórica final de Wimbledon deste final de semana entre Federer e Roddick. A idéia ajudou a atrair público para o site, onde era possível acompanhar o jogo on-line. Resultado: o tennis.com comemora a marca de 100 mil visitantes únicos e cerca de 1 milhão de page views durante as mais de quatro horas do embate.
Outra inovação foi do Boticário, que criou o tweetquero Boticário http://www.tweetquerobeijoboticario.com.br/ . Nele os usuários do Tweeter podem postar seus desejos de presentes da marca para os seguidores. Acho que passei longe do conceito mas não vi graça na história -se eu tiver a cara de pau de pedir presentes on-line, acho que não preciso de uma marca me incentivando a fazer isto... mas, enfim, a ação, da e.life, levou centenas de pessoas a teclarem um pedido em poucos dias. Sinal que este escriba é que não entendeu a genialidade da história.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O meu tem mais de 140, e o seu?

Encerro a semana com uma reflexão do Nélson de Sá que o amigo Milton Rizzato mandou no e-mail, sobre o possível esvaziamento da blogosfera:

"Onde foi parar todo mundo?", perguntou dias atrás o Guardian, sob o enunciado a longa cauda dos blogs está morrendo. "Foram todos para o Facebook e especialmente o Twitter." O jornal se referia aos próprios blogs que acompanha e busca, que estão deixando de ser atualizados: Por quê? Porque blogar não é fácil. Ou melhor, outras coisas são mais fáceis _e é para coisas fáceis que as pessoas estão indo.
A blogosfera continua com leitura, "mas, para a criação de conteúdo amador, seu apogeu passou".
Vale também para a caixa de comentários, diz Tiago Dória. O público mais "hard user" agora comenta no Twitter, o que leva ferramentas como
WordPress, com o plugin Tweetbacks, e os sites de mídia tradicional a destacar os "tweets" diretamente."

Será que os blogs vão sair de moda? Pessoalmente acho que não, apenas passarão por um período de depuração natural. São um espaço interessante para quem, por maior que seja seu poder de síntese, tem algo mais do que 140 caracteres para dizer.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Inovação para inspirar o PR

De volta depois da gripe. Lendo a Exame deste mês - portalexame.abril.com.br/ - dei de cara com dois cases interessantes para quem quer inovar na comunicação. O primeiro deles vem da sempre inovadora (no marketing) Tecnisa. Num ótimo exemplo de como aproveitar as redes sociais na internet para se divulgar e, paralelamente, melhorar seu produto final, o time do intrépido Romeo Busarello desafiou integrantes de 150 comunidades do Orkut que discutem temas relacionados aos idosos a proporem mudanças nos edifícios residenciais que facilitem a locomoção dos mais velhos. Receberam 200 propostas e premiaram os autores das duas melhores – que estarão em novos lançamentos da empresa - com 1,5 mil reais cada – uma bagatela para o desenvolvimento de inovações. De quebra, a Tecnisa melhorou sua reputação.
A outra sacada veio do Rio. Eu conhecia a ação, mas desconhecia os bastidores, em especial o investimento (baixo) e o retorno (fantástico). A agência de ativação Biruta Mídias Mirabolantes tinha verba de 60 mil reais para divulgar o site ParPerfeito. Inventou e fez acontecer a passeada dos solteiros em busca de um pretendente em plena véspera do dia dos namorados. O resultado em mídia foi brutal, com equivalência publicitária estimada em 10 milhões de reais.
Lembrando da nossa velha e boa discussão sobre os limites do PR, são idéias que poderiam ter saído de uma agência de comunicação corporativa – já vi coisa parecida em planejamentos bem construídos. Que sirva de inspiração para quem quer movimentar este mercado e alargar seus territórios.