quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Comunicação Corporativa 2.0




“Toda empresa (agora) é um veículo de comunicação, em certo grau”. A frase, atribuída ao presidente da rede de TV norte-americana CBS, Andrew Hayward, abre a manchete do PRNews desta semana. Ele se refere à possibilidade que toda corporação tem de usar as ferramentas da web 2.0 para gerar conteúdo e se relacionar diretamente, se não com todo, ao menos com parte de seu público.

Claro que existem inúmeros riscos embutidos na abertura da empresa ao ambiente das mídias sociais, mas cada vez mais parece um caminho sem volta. Como no caso da industria fonográfica e a troca de arquivos musicais pela internet, goste-se ou não esta é a realidade e quem aprender antes a interagir com ela terá mais chances de ter algum ganho com isto.

Mas queria entrar um pouco mais profundamente na reflexão sobre a frase de Hayward em si, pois ela tem um potencial revolucionário para o mercado de comunicação corporativa. Começam a aparecer sinais de que as mídias sociais podem, se não substituir, ao menos oferecer um caminho paralelo aos veículos de comunicação tradicionais.

A Ferrari foi rápida. Exclusiva? Individuais? Coletiva? Nada disto. A primeira entrevista de Felipe Massa após o acidente na Hungria, ainda no hospital, foi para o site da marca (veja o original em: http://www.ferrari.com/English/Ferrari_TV/Pages/FerrariTVPlayer.aspx?serverId=9124&c=Video&cat=13). Emissoras de TV, rádios e jornais colheram lá imagens, sons e dados para suas reportagens. Muitas citaram o site. Já comentei em posts anteriores o anúncio do cancelamento de shows, devido a um sério problema de saúde com um de seus integrantes, que a banda de rap e rock Beastie Boys fez pelo... You Tube. O Santos Futebol Clube anunciou a contratação de Wanderley Luxemburgo pelo... Twitter. O mesmo serviço de microblog foi usado pela ex-candidata a vice-presidente dos Estados Unidos, Sarah Palin, para comunicar sua renuncia ao cargo de governadora do Alasca.

Em todos os casos, acima, o uso das mídias sociais não aconteceu após um contato formal com a imprensa. Nem mesmo paralelamente. Todos os veículos de comunicação foram “furados” pela web 2.0. E depois foram atrás da notícia ou de sua repercussão. Outra experiência, que também já foi citada neste CoffeeBreak, é a do blog Fatos e Dados da Petrobras.

Trata-se de um novo caminho na estratégia das empresas? No futuro as ações de comunicação corporativa irão prescindir dos veículos formais e atingir seu público de maneira direta pelas mídias sociais? O fato é que isto já começa a acontecer e quem trabalha na área deve se preparar para um novo cenário.

Um comentário:

  1. Guilhermo, quem procurou esse caminho das redes sociais primeiramente foram as pessoas. Lá, discutem, trocam opiniões, elogios, reclamam, contam verdades (como a noticiada nesta semana, onde uma usuária de um produto da Apple recebeu proposta financeira para não contar a público que seu aparelho havia explodido) e buscam testemunhos de usuários de uma empresa que elas desejam ser clientes.

    Vendo que essa comunicação tem tomado uma velocidade impressionante, as empresas estão agora buscando esse mesmo caminho. No geral, estão começando mal, pois acham que redes sociais servem para replicar o que já está na mídia tradicional. Pelo contrário, é preciso fazer diferente, inovar e tornar-se próxima do cliente.

    Convido-o a ler o post sobre o Twitter da Gol Linhas Aéreas que publiquei recentemente em meu blog: http://prezadoscolaboradores.wordpress.com

    Abraço

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