sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O garoto do balão e a lei seca no Rio – mais dois cases do uso do Twitter



Obs.: Este post foi escrito na sexta, dia 16, antes do mundo saber que o "caso" do balão era uma fraude. Ou poderíamos chamar de ação de comunicação fora da caixa?

Foi a manchete do JN e de boa parte da mídia mundial ontem. Nos EUA, polícia e até o exército se mobilizaram para recuperar um balão caseiro onde estaria um garoto de seis anos. Quando o artefato chegou ao solo, a surpresa: estava vazio. A comunidade se mobilizou para localizar o pequeno até que o mistério foi resolvido: ele estava no porão de sua casa, com medo da bronca que levaria do pai por haver soltado a corda que segurava o balão.

Mas a história aconteceu mesmo nas mídias sociais, mais exatamente no Twitter. Ontem os termos Savetheballonboy, Ballonboy e Colorado (estado onde tudo aconteceu) estavam entre os mais digitados do Twitter. Os norte-americanos usaram a ferramenta para se informar sobre o caso e, mais do que isto, mobilizar pessoas da região para tentar localizar o balão e, depois, o garoto supostamente perdido. Eu e os meus colegas na redação da XPress soubemos do caso e o acompanhamos pelo Twitter.

Mas, enquanto os norte-americanos utilizam o serviço para buscar crianças “voadoras”, os cariocas encontraram outra função digamos, hã, social, para o Twitter. É o Lei Seca RJ, perfil que permite a seus mais de 12 mil seguidores saberem quais pontos da cidade evitar quando estiverem dirigindo após um happy hour. São os próprios usuários quem mandam informações sobre locais onde estão ocorrendo blitze e opções com menor fiscalização. Perfis parecidos já existem para outras cidades (inclusive São Paulo) mas ainda com poucos seguidores. Questões éticas à parte (se eu fosse da fiscalização de trânsito carioca, usaria o Twitter para saber onde os motoristas alcolizados acham que está liberado e faria uma blitz surpresa).

Em um artigo no Wired deste mês, Clive Thompson defende que o Google está ficando velho em relação a ferramentas como o Twitter. Explico. O líder mundial em buscas está programado para encontrar e classificar os endereços na internet que se referem ao histórico de determinados termos. Avalia quantos links estão apontados para o site, o crescimento de sua visitação e em que contexto a palavra buscada está dentro de seu conteúdo. Perfeito. Mas não para saber o que está acontecendo agora. O Google não acompanha (ainda) o que se fala em tempo real nas redes sociais, nos blogs, e nisto começa a perder espaço para serviços como o Twittermeme, OneRiot ou o Topsy.

Aos poucos o Twitter se posiciona como uma “janela” para o que acontece agora. Os casos do garoto do balão e do Lei Seca RJ mostram isto na prática. E esta é uma das características que devem ser consideradas pelos profissionais de comunicação na hora de utilizarem o Twitter, seja para se abastecer de dados em tempo real, seja para criar serviços que possam agregar inovação a clientes e público final.

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