segunda-feira, 14 de março de 2011

A louca balada de causa e efeito (ou como o trânsito finalmente tirou o sono do paulistano)


Parabéns paulistanos, conseguimos! Em nossa ânsia de usarmos nossos carros como prova de status e diferenciação social estamos levando o problema do transito para uma nova esfera. Whhhaaaalll.

Então combinado está. Depois de ficarmos horas presos em ruas engarrafadas, finalmente chegamos em casa para comer, relaxar e... acordarmos no meio da madrugada com o barulho infernal do caminhão entregando comida no supermercado ou, pior, levantando caçambas de entulho ou entregando material em obras pela cidade.

O que uma coisa tem a ver com a outra? Tudo. Por conta do excesso de veículos nas ruas, a prefeitura de São Paulo decidiu ampliar o rodízio de veículos no centro estendido da cidade, incluindo a maioria dos caminhões de entregas (leia reportagem aqui). Assim, boa parte do transporte de cargas pesadas da capital paulista passou a acontecer de noite, de madrugada.

Sou testemunha disso, eu e minha família. Como, por sorte, minha esposa e eu trabalhamos perto um do outro, decidimos mudar para um apartamento próximo aos nossos escritórios. É uma rua pequena e relativamente tranqüila. Exceto pela obra de um novo edifício residencial há uns 30 metros da minha janela. Dia sim dia não, caminhões chegam nos horários mais bizarros para entregar material ou, pior, levar uma das quatro caçambas de entulho que decoram a frente do terreno.

Não que o caminhão chegue 10, 11 da noite. Acordamos muitas vezes às 2 ou 3 da manhã com o barulho da entrega (muitas vezes acompanhado de gritos dos funcionários, rádio alto e algum vizinho exaltado se referindo às progenitoras do motorista). O problema no nosso prédio é tão sério que até fomos personagens de reportagem sobre a lei de silêncio no Bom Dia Brasil. Infelizmente não acredito que se trate de um fato isolado nestes tempos de construção civil em alta. Vamos lá, quanto tempo dura uma obra destas? Três, quatro anos? Que tal ficar sem dormir por um período destes?

Realmente estamos de parabéns. Nosso estilo de vida está acabando com nossa qualidade de vida. E infelizmente acho que só vamos perceber quando a cidade der um nó. O que parece estar bem perto de acontecer.

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