segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Tudo o que não escrevi









Os últimos dois meses de 2010 foram... uma correria insana. Estava soterrado em trabalho, administrando uma reforma e segurando as pontas com as crianças enquanto a mulher encarava uma agenda de várias viagens a trabalho. Tudo isso é, sim, uma desculpa esfarrapada para eu ter sumido completamente das mídias sociais e abandonado o CoffeeBreak. Este é o primeiro post desde 3 de novembro de 2010, vergonha absoluta.

Durante vários momentos pensei em alguns temas para escrever. Mas, no final, sem condições de desenvolver as ideias (que nem são tão boas assim, para começo de conversa), deixei o buraco se alastrar. Ainda sigo sem tempo e sem grandes temas. Assim, decidi juntar num único post de desculpas estes rascunhos. Tudo o que não escrevi deste novembro:

Uma das ideias era retomar o tema carro x pedestre, que CoffeeBreak já abordou aqui, aqui e aqui. No final de semana no litoral norte me impressionou a falta de vergonha na cara que temos todos nós, motoristas. Dane-se quem anda a pé, o importante é conseguir parar o veículo em alguma vaga. Mesmo que seja na calçada. Condomínios de luxo e shoppings sofisticados onde o espaço das vagas de visitante é insuficiente e parte dos carros estaciona em pleno passeio. Isso na praia, onde as pessoas deveriam caminhar mais. Sei. O importante é exibir o carro símbolo de status e poder. Certíssimo.

Falando em carro e status, assustador ler na Folha de S.Paulo que os patrições conseguiram resolver o problema de trânsito para curtirem o feriado de final de ano em Floripa: foram de helicóptero. Ótimo. Mas então eles decidiram se locomover na ilha catarinense usando táxi e transporte público, certo? Alugaram um carro? Não, eles pagaram para transportadores levarem seus carros de luxo para a cidade e poderem se exibir parados no trânsito. Patético.

Outro assunto que pensei em explorar foram notícias que ouvi de casos de maus tratos a crianças registradas por câmeras de celulares. Os aparelhos, segundo o noticiário, teriam sido deixados no local por parentes desconfiados. Ótimo. Mas preparem-se (som de tambores rufando, por favor): a era do final da privacidade já chegou. São milhões, bilhões de câmeras espalhados em qualquer canto do mundo. Tudo o que você fizer poderá e provavelmente será registrado por alguém. Não importa se você está na sua casa ou dirigindo seu carro. Por hora temos exemplos do bônus disto – pequenas vítimas de violência doméstica estão mais seguras agora. Mas, o quanto falta para termos uma imagem fora do contexto incriminando um inocente? Aproveitando o exemplo, imaginem uma babá desesperada tentando salvar uma criança que se engasgou após engolir um objeto? Ela sacode o bebê, vira de ponta a cabeça, dá um tapa em suas costas. Imaginem a cena no noticiário, sem o contexto...

Viram só. Acho que o não escrito era mesmo melhor... que a nova década traga mais e melhor inspiração. Feliz 2011.

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