segunda-feira, 5 de julho de 2010

Pesquisadores comprovam: CoffeeBreak pode ter razão




Discretamente, CoffeeBreak completou em junho seu primeiro ano de vida. Para comemorar, um balanço diferente. Afinal, mês passado algumas publicações trouxeram pontos de vista alinhados com nosso blog. Não que tenhamos qualquer “culpa” – o poder de influência de CoffeeBreak ainda é limitado, mas é bom não se sentir tão.

A Wired de junho junta dois pensadores, Daniel Pink e Clay Shirky, que poderiam ter escrito posts aqui. O primeiro está lançando um livro (Drive: The Surprising Truth About What Motivates Us) sobre pesquisas que mostram que a motivação das pessoas, inclusive a profissional, está muito além do medo da punição ou do “estimulo” da recompensa (ou o binômio chicote/cenoura, como ele coloca). Segundo ele, existe uma questão de estímulo pessoal, de engajamento com uma causa que hoje é subestimado no mundo corporativo. Já Shirky escreveu Cognitive Surplus: Creativity and Generosity in a Conected Age, sobre como a internet levou milhões de pessoas migrarem da postura passiva de assistirem televisão em seu tempo livre para ações mais ativas como escrever um blog ou contribuírem para a Wikipedia.

Segundo Shirky, todo o conteúdo da Wikipedia representa mais de 100 milhões de horas de trabalho. Detalhe: sem qualquer remuneração! Para Pink, esta é uma das provas de sua tese de que a motivação pode ser muito mais ligada à satisfação pessoal de estar contribuindo efetivamente para a construção de algo positivo e que possa representar um avanço social do que a simples recompensa monetária. Os dois trabalhos citam uma pesquisa do psicólogo Edward Deci, da Universidade de Rochester que mostrou que se você passa a oferecer uma recompensa por algo que uma pessoa espontaneamente achava interessante, o interesse pelo assunto diminui. Já a punição pode ser mais libertadora do que castradora. Em creches israelenses, a implantação de multa para os pais que se atrasavam para retirar os filhos teve efeito contrário e aumentou os índices de demora.

Na Época de 28 de junho, o assunto é o trabalho em casa. Em entrevista, o empreendedor norte-americano Jason Fried, dono de uma empresa de aplicativos para a internet, afirma que o trabalho tradicional, com reuniões, telefones tocando e o chefe rondando para a cada dois minutos perguntar como os tarefas progridem é improdutivo. Em seu livro, Rework, ele prega que os profissionais devem ter ambientes mais calmos e, como alternativa, recomenda pelo menos um dia de semana de trabalho em casa (se o lar, claro, oferecer a tranqüilidade necessária).

Finalmente, entrevista com Christopher Meyer, especialista em tendências, para a edição de junho da Época Negócios mereceria ser reproduzida na integra (uma vez que a revista bloqueia o conteúdo para não assinantes). Além de cunhar o ótimo termo Worknets, para identificar uma nova classe de profissionais independentes que irá se organizar e trabalhar em redes conforme a demanda, abrindo as empresas para o mundo exterior, ele critica as empresas que teimam em tratar as redes sociais como se fossem mídias tradicionais, se fechando para o diálogo e fugindo de críticas que poderiam ser construtivas.

Enfim, se já não bastasse você, querido leitor, é sempre bom se sentir em tão qualificada companhia. Ainda mais em plena festa de aniversário.

2 comentários:

  1. Olha este post e assiste ao vídeo > http://aquintaonda.blogspot.com/2009/10/quando-o-incentivo-monetario-nao.html

    É do próprio Daniel Pink :D

    Mt bom.

    Ah, parabéns, 1 ano mas já é gente grande.

    Abraços
    Mateus
    @ocappuccino

    ResponderExcluir
  2. Olá, Guilhermo!
    Quanto tempo...

    Estava passeando pelo blog do Fabinho e me deparei com o seu.

    Adorei. Textos muito bem escritos (como sempre)e um assunto (que no final das contas envolvem outros milhares) super em voga! "Lembrei muito do livro Quem mexeu no meu queijo?" ao ler a explicação do blog.

    Eu tb criei um depois que vim morar em Maringá, na verdade, mais uma forma de me manter ligada no mundo paulistano, pois a maioria que lê é daí, do que outra coisa, embora, a escrita tem me feito muito bem, já que larguei de vez a profissão. Se bem que, uma vez jornalista, sempre jornalista, não é? Comunicação é essencial em qualquer rumo que a vida dê!
    acessa lá! http://andreamaringa2010.blogspot.com/
    bjão.

    ResponderExcluir