
A semana passada terminou com sabor de vitória para os que sempre torcem pela derrota dos “poderosos”. Afinal, finalmente dois dos maiores ícones da nova economia foram notícia por escorregões públicos. Sim, eles também fazem besteira.
A mais celebrada foi a da Apple. O próprio Steve Jobs teve que sair do seu Olimpo particular em Cupertino, Califórnia, para assumir que errou. O novo e celebrado iPhone foi lançado com um defeito. E, apesar das tentativas de Jobs de minimizar o caso, um defeito bastante grave. O telefone (sim, o iPhone também tem esta função) simplesmente para de funcionar quando o dono toca a borda lateral inferior do aparelho, onde fica sua antena.
Simples. É só colocar a mão ali e o sinal desaparece. Jobs se defendeu atacando a concorrência, pois smartphones rivais também tem áreas sensíveis que, obstruídas, interrompem a conexão. Acontece que, ao contrário do iPhone 4, nos demais a antena está na parte superior do aparelho, onde dificilmente o usuário irá manusear. Já segurar um celular sem tocar na sua lateral...
Mas Jobs não está só. Quase passou desapercebido, mas o Google também errou. Ou, pelo menos, assumiu publicamente o erro. Também esta semana a empresa divulgou que irá descontinuar a produção e venda de seu smartphone, o Nexus One. Motivo: foi um fracasso de vendas. Ponto. A empresa que centraliza a informação no mundo digital e, até por conta disto, deveria ter como conhecer e entender exatamente o que o consumidor quer, lançou um produto que ninguém quer.
O que isto significa: nada. Pelo menos no médio prazo, Apple e Google continuarão dando a luz para novos e revolucionários produtos e serviços que seguirão encantando consumidores como eu e você.
O importante, porém, é que eles erraram – e provavelmente continuarão a fazer bobagens, simplesmente porque é impossível inovar sem correr riscos, sem permitir o erro, sem ao menos tentar o novo. Por mais perfeccionista que Steve Jobs seja, sem se permitir imperfeições ninguém consegue revolucionar o mercado. E o iPhone 4 é simplesmente a prova disto.
Então, meu caro, trate de tirar da cara este risinho invejoso de quem pensa “olha só, os feras também se dão mal” e siga o exemplo de se permitir o risco do erro, caminho único para o novo. Sem falha.