terça-feira, 8 de setembro de 2009
Case Wired Vanish: o sucesso de tratar seu público com inteligência
Durou exatos 23 dias. Quando começo a escrever este post, às 9 da noite do dia 8 de setembro, acabo de receber o tweet da revista Wired informando que encontraram seu jornalista perdido. Evan Ratliff estaca andando de bicicleta na cidade de New Orlens quando foi fotografado por Jeff, um dos sócios do Naked Pizza, uma pizzaria natureba da cidade. O empreendedor norte-americano receberá um prêmio de 5 mil dólares e, mais importante, a fama no mundo virtual.
Misto de reportagem, investigação e grande ação de RP, o projeto Vanish – Finding Evan Ratliff desafiou os nerds e geeks norte-americanos a, em menos de 30 dias, encontrarem o jornalista. As regras: ele não iria sair do país nem se esconder em uma cabana no alto das montanhas. Continuaria a fazer atividades normais de sua vida, mas longe de amigos e família, sem manter contato direto com ninguém. Seu único ponto de contato seriam as redes sociais da internet, como Facebook e Twitter. Algumas pistas também foram colocadas no blog que a Wired criou para acompanhar o caso.
A ideia era testar a hipótese de que, por conta da internet, todos hoje somos rastreáveis. O fato é que um grupo, nomeado @Vanishteam no Twitter, rastreou Evan e conseguiu descobrir em que cidade ele estava. Jeff, leitor da revista, foi avisado pois o jornalista poderia pedir a pizza sem glúten que eles entregam.
Para mim, mais interessante do que as técnicas de espionagem digital que o pessoal do @Vanishteam usou é o sucesso do desafio para divulgar a revista. Milhares de leitores nos EUA se envolveram. As pistas, o sumiço e todos os passos do jornalista viraram comentário nas redes sociais. Eu mesmo fiquei sabendo da história por um colega na XPress, o Raphael Gonzales (ou @raphaelgonzales), que leu na internet.
E porque funcionou tão bem? Na minha opinião, há alguns ingredientes importantes: além do próprio apelo de um desafio inteligente, que sempre provoca o ser humano, a Wired colocou o uso das redes sociais como centro da ação, integrando diversas delas. Mais que isto, a própria internet era a grande fonte de pistas para se responder o desafio. Mas acho que o principal ponto é que a ação não foi gratuita, ao contrário, tinha um contexto editorial claro e totalmente alinhado ao DNA da marca. Assim, a inteligência do público não foi subestimada. Um belo case, que pode nos servir de inspiração para tentar inovar na comunicação usando as tais novas mídias.
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