Toda a discussão em CoffeeBreak semana passada sobre rentabilidade e remuneração na web me leva a outro tópico. Já ouvi pessoas falando que, com os blogs e mídias sociais, a tendência, no médio prazo, é o fim da mídia tradicional. Seriamos todos informados diretamente pelas fontes, sem intermediários (já escrevemos aqui sobre a tendência de empresas e personalidades falarem direto com a audiência via internet) ou por blogueiros independentes ou por colegas no Twitter. Sem custo, sem tendências editoriais, sem interferência comercial.
Que bacana. Mas quem garante a credibilidade? Se hoje muitos já questionam a isenção e a qualidade da informação que a imprensa oferece, imagine num cenário em que não há qualquer instituição ou empresa tentando, ao menos, vender a veracidade do que divulga?
Pior. Um dos grandes telhados de vidro da Internet e de todo o meio digital, para este escriba, é a facilidade com que se pode maquiar a realidade. Quem dirá assumir a identidade de outros. Há alguns dias li no M&M OnLine que diversos publicitários famosos relatam a existência de perfis falsos deles no Twitter. Entre os artistas, o cenário não é diferente. Começou com o divertido perfil falso do Victor Fasano e hoje há diversos atores e atrizes usando a imprensa para explicar que não estão no Twitter ou no Facebook.
Segundo nota no blog do GJOL http://gjol.blogspot.com/2009/08/robots-dominam-o-twitter-e-geram-24-das.html, 24% de todos os Tweets são gerados por máquinas e não por usuários humanos. No mesmo post o pessoal do GJOL informa que 5% dos usuários do Twitter geram 75% do conteúdo da rede social.
Ainda no Twitter, segundo o Mashable, os gestores do serviço estariam tentando tirar do ar o uSocial, que “vende” seguidores para pessoas físicas e jurídicas no microblog. Por módicos U$ 87 você passa a contar com mais mil seguidores (quem sabe não é a solução para a briga entre Marcelo Tas e Luciano Hulk para ver quem tem mais pessoas recebendo suas frases – e mais barato do que sortear um punhado de eletrodomésticos).
Por estas e outras, talvez quem tenha razão é o multi-bilionário mexicano Carlos Slim, presidente da América Móvil e que disputa com Bill Gates o título de homem mais rico do mundo. Em perfil na Piauí deste mês, perguntado do motivo que o levou a ser um dos maiores acionistas do The New York Times, o astuto empresário disse que a internet pode até acabar com o atual formato de jornais e revistas, mas o mundo vai continuar precisando de informação de qualidade vinda de fonte confiável. Para mim, este é o ponto. Num mundo digital onde é cada vez mais fácil fingir ser o que não se é, vamos precisar cada vez mais de um “selo de garantia” de que a informação é mesmo válida e procedente. O problema é quando começarem a piratear o selo...
Belo texto. Com certeza é a credibilidade o que sustenta as mídias impressas. Claro, também a qualidade das informações. Basta observar que muito do que se escreve em blogs ou outras redes é oriundo das mídias tradicionais, aqui mesmo no post foi citado uma revista, a Piauí. O grande gerador de conteúdo são as mídias tradicionais, as redes muitas vezes só replicam e multiplicam estes conteúdos, claro acrescentando opiniões, versões e muitas vezes nem isso é feito.
ResponderExcluirSempre na audiência.
Mateus d'Ocappuccino