quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Me esqueça, por favor





No momento em que a Humanidade alcança o que parece ser uma capacidade praticamente ilimitada de armazenar e processar informações, vem de Harvard um apelo interessante: precisamos reaprender a esquecer. A ideia vem do professor Viktor Mayer-Schönberger e foi levantada pela Wired deste mês.

Como sempre foi muito árduo relembrar permanentemente os acontecimentos, apenas os fatos mais relevantes eram preservados e passados para as gerações futuras. Assim, praticamente tudo o que a maioria das pessoas fazia era simplesmente esquecido com o passar do tempo. Ruim? Muito pelo contrário. Este efeito continha um enorme fator libertador, uma vez que os momentos embaraçosos seriam gradualmente apagados da memória.

Segundo o estudioso, ao eliminar este ciclo, a tecnologia esta gerando uma pressão cada vez maior sobre as pessoas. Qualquer erro, seja uma foto comprometedora no Flickr ou um comentário infeliz no Twitter, será preservado para todo o sempre, assim declarações de amor a pessoas que hoje não estão mais em, digamos, nossa intimidade. O problema é que a facilidade de criar e armazenar arquivos digitais é desproporcionalmente maior que o tempo que seria despendido editando este material (quem é que não tem Cds e mais Cds e mais Cds de fotos digitais – a maioria absolutamente descartável? Algo – para quem ainda é desta época - impensável quando tínhamos que investir na compra de filme e posterior revelação)

O que fazer? Para Mayer-Schönberger os desenvolvedores precisam criar aplicativos que nos ajudem a apagar os dados depois de algum tempo. As redes sociais e demais ferramentas da internet, na opinião do estidioso, deveriam questionar os usuários se querem manter os arquivos na rede e até quando.

Estaremos criando um novo tipo de poluição, a virtual? E, com ela, criando um novo tipo de monstro, um passado highlinder, imortal, escancarando a todos nossos deslizes? Alguém, por favor, pode apertar o delete?

Um comentário:

  1. hahahhaha, muito bom e como temos negação ao ato de apagar, se desfazer, sejam com nossos objettos pessoais, seja no mundo virtual, sempre pensamos que aquilo pode ser util algum dia e muitas vez é util sim, pelo menos eu sou assim, guardo muita coisa, meu pai sempre diz 'quem guarda o que não qué, tem o que precisa', penso assim também, por isso guardo tudo e em muitas vezes duas pastas diferentes, dois e-mails, para garantir eheheh

    mateus d'ocappuccino

    ResponderExcluir